quinta-feira, 16 de abril de 2009

Filosofia - Filosofia Antiga

A palavra filosofia significa “amor pela sabedora”. A filosofia como ciência busca entender de forma racional a natureza de todas as coisas e suas relações entre si. Surgiu nas colônias gregas da Ásia Menor, quando os primeiros pensadores insatisfeitos questionaram as explicações mitológicas referentes aos fenômenos da natureza.

Por meio das viagens marítimas os gregos descobriram que os mares não eram habitados por seres mitológicos, perceberam que em outras regiões não existiam monstros como a mitologia propunha, e sim outros seres humanos.
Com a invenção do calendário os gregos puderam calcular as estações e saber quando ocorreriam às mudanças de clima, descobriram que as mudanças não eram determinadas por forças divinas.
Os primeiros pensadores conhecidos como “filósofos da natureza” deram os primeiros passos para uma forma cientifica de pensar, tinham o objetivo de compreender de forma racional a constituição do universo e as mudanças ocorridas na natureza. Essa primeira face da filosofia denomina-se cosmologia. Eles queriam saber como a água poderia gerar peixes e como a terra poderia produzir uma arvore frondosa.


A filosofia antiga é comumente dividia em três períodos: Pré-socrático, Socrático e Pós-socrático.
Grande parte da obra dos primeiros filósofos foi perdida, temos apenas comentários feitos por filósofos do período Socrático. Os filósofos que se destacam nesse primeiro momento foram:

* Teles de Mileto (624-550 aC) Nasceu em Mileto (colônia grega), acredita-se que ele seja o primeiro filosofo ocidental. Ele foi um homem que viajou muito e dizem que certa vez no Egito ele calculou a altura de uma pirâmide medindo sua sombra no exato momento em que a sobra possuia o tamanho da própria altura. Dizem que em (585aC) ele previu um eclipse solar. Teles considerava a água como a origem de todas as coisas.
* Heráclito (540-480 aC) Nascido em Jônia (colônia grega) Ele é o autor de um pensamento muito conhecido “Ninguém se banha no mesmo rio”. Acreditava que tudo flui, tudo está em movimento e constante mudança, que nada dura para sempre. Tudo está em movimento, mas não em caos e sim que existia uma força organizadora que ele chamou de logos, palavra grega que significa “razão” ou “lógica”. Heráclito nos faz refletir que o mundo está em constante oposição “Da discordância vem a mais bela harmonia”.O bem não existe separado do mal, a saúde da doença, o descanso do cansaço: são sempre os dois lados de uma mesma moeda. Seu dinamismo é representado pelo fogo, que é uma forma visível de instabilidade.
* Demócrito (460-370 aC) Natural de Abdera, na costa do mar Egeu. Considerado o último filosofo do período pré-socrático. Ele acreditava que todas as coisas são formadas pela existência de infinitas pedrinhas invisíveis, eternas e imutáveis. Ele denominou essas pedrinhas de átomos que significa “indivisível”. Acreditava que os átomos não poderiam ser divididos em partes menores e não eram todos iguais, vários átomos diferentes uns dos outros, porque se não fosse assim, não existiria diferença entre o pelo do animal e o cabelo humano ou não poderia existir diferentes tipos de árvores. Imaginou que os átomos tinham “ganchos ou engates” para combinarem uns com outros para formar um corpo. Se um animal ou arvore morre e se decompõe, através desses ganchos eles poderiam ser reaproveitados para dar origem a outros corpos.
Hoje em dia podemos dizer que a teoria anatômica de Demócrito estava quase perfeita. A natureza dos seres realmente é composta por diferentes átomos, que se ligam a outros para depois se separarem. Porém, a ciência descobriu que os átomos podem ser divididos em partículas menores. São elas os prótons, neutros e elétrons. Demócrito não teve acesso aos aparelhos eletrônicos de nossa época. Sua única ferramenta foi a razão.



Atenas - Centro Cultural do Mundo Grego

Por volta de 450 aC um estadista chamado Péricles, contribuiu para que Atenas se transformasse no centro cultural do mundo grego. Nesse período os gregos já tinham criado uma democracia e o povo precisava dominar a arte de falar bem, a retórica. Muitos artistas, filósofos e intelectuais foram atraídos para Atenas.
Depois que a filosofia viveu um momento voltado para o conhecimento do universo, o período Socrático se preocupa com o homem e sua forma de viver em sociedade.
Um grupo de mestres e filósofos, vindos das colônias gregas se concentraram em Atenas, eles se autodenominavam sofistas e ganhavam a vida ensinando os cidadãos.
O pensamento sofista ser resumido em uma frase de Protágoras (487-420 ac) “O homem é a medida de todas as coisas”.Ele quis dizer que o bem e o mal, o certo e o errado sempre tinham que ser avaliados em relação às necessidades do homem. Os sofistas eram pessoas que tinham feitos várias viagens, e conheciam diferentes tipos de culturas e formas de governos. Com isso, os sofistas iniciaram algumas discussões referentes à vida em sociedade. Puderam mostrar que o “sentimento natural de pudor” não se sustentava. O pudor e a vergonha não era algo inato, ou seja, que nascia com o ser humano mas, algo que a sociedade havia criado. É possível imaginar como foram inflamadas as discussões entre eles. Nesse contexto surge aquele que é considerado a maior de todos os filósofos: Sócrates.


* Sócrates (470-399 aC) Nasceu em Atenas, seu pai era escultor e sua mãe parteira. Como os sofistas Sócrates se interessava pela vida das pessoas e delas em sociedade. Ele não se considerava sofista, intitulava-se filosofo. Algo muito diferente também é o fato que Sócrates não cobrava absolutamente nada por seus ensinamentos. Ele costumava comparar sua atividade como a de uma parteira. Não é a parteira que dá a luz o bebê, ela só está ali perto ajudando na hora do parto. Ele achava que sua tarefa era ajudar as pessoas a ter uma opinião própria, pois o conhecimento verdadeiro deve vir de dentro para despertar o verdadeiro discernimento. Acredita-se que ele não participou de nenhuma escola filosófica, que sua formação era inata, pessoal, partindo de profundas meditações. Sócrates estava sempre onde à maioria das pessoas encontrava-se, sua figura logo tornou-se popular. Ele conversava com todo tipo de pessoas, ferreiros, flautistas, sábios, políticos. Afirmando ironicamente que nada sabia, ele logo desarmava seu interlocutor e encorajava-o a expor suas idéias racionais. Ele era capaz de fingir ignorância, e entre uma pergunta e outra conseguia confundir as pessoas e fazê-las entender que tudo que julgavam saber era apenas preconceito. A partir daí, Sócrates podia guiá-las para o verdadeiro conhecimento, fazendo que extraísse de si mesmo a resposta. Uma conversa com Sócrates poderia representar expor-se ao ridículo em praça pública. Com isso, ele incomodou muita gente, principalmente aos que detinham o poder. Ele era contra, por exemplo, as pessoas serem condenadas à morte. Se preocupou em limitar o que separa o homem dos animais, postulava que a principal característica humana é a razão. No ano de 399 aC ele foi condenado por corromper a juventude de Atenas. E diante dos seus mais íntimos amigos ele bebeu o “cálice da cicuta”. Sua principal Conhecemos a vida de Sócrates através de Platão seu discípulo.

* Platão 428-347 aC Nasceu em Atenas, sua família era muito tradicional, sendo muito de seus membros pessoas eminentes na política, depois da morte de Sócrates passa a desacreditar nos rumos políticos da democracia ateniense. Funda sua própria escola de filosofia nos arredores de Atenas que recebeu o nome de "Academia". Era uma espécie de escola onde se ensinava matemática, filosofia e a arte de governar as cidades com justiça. Platão deu continuidade no pensamento de Sócrates e procurou definir um lugar para a razão no próprio corpo. Definiu este lugar sendo a cabeça, onde se encontra a "alma". Ele concebia a alma separada do corpo, ligada ao homem por meio da medula, para Platão, o conhecimento constrói-se a partir de uma junção entre intelecto e emoção. Para ele, a ciência, o conhecimento são frutos de inteligência e amor.

Psiquiatra - Augusto Cury